A personalidade inquieta e múltipla do crítico de cinema, escritor, professor da USP, roteirista e realizador Jean-Claude Bernardet, e sua atuação decisiva na sociedade brasileira, são tema desse documentário produzido em 2004.

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A primeira parte de "Crítica em Movimento"

acompanha, por meio de depoimentos de amigos e alunos,

a formação autodidata e dinâmica do crítico.

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Nascido na Bélgica em 1936, Bernardet passou a infância na França, mudando-se com a família para o Brasil alguns anos após a Segunda Guerra Mundial, quando tinha 13 anos de idade.

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Convivendo, no princípio, quase que exclusivamente na comunidade francesa em São Paulo, Bernardet conta que sua inserção na sociedade brasileira se deu, sobretudo, pelo seu interesse pelo cinema, que o levou mais tarde à atividade cine clubística, a trabalhar na Cinemateca Brasileira, e a iniciar uma intensa atuação como crítico de cinema na imprensa.

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Gustavo Dahl

cineasta

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Rudá de Andrade

ex-diretor da Cinemateca Brasileira

 

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José Carlos Avelar

crítico de cinema

São Paulo

Num passeio pelas ruas do centro da capital paulista, o crítico nos apresenta locais que foram marcantes neste percurso inicial, como o Cine Jussara, a Livraria Francesa e o Teatro Municipal.

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O bloco aborda ainda as consequências do golpe militar na vida de Jean-Claude Bernardet, seu ingresso como professor na Universidade de São Paulo, e sua participação em filmes realizados, de meados dos anos 60 a meados dos anos 70, por cineastas como Luiz Sérgio Person e João Batista de Andrade.

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João Batista de Andrade

cineasta

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Este bloco do documentário,

cujas entrevistas com Bernardet foram gravadas na Cinemateca Brasileira,

tematiza a relação essencial travada entre o cinema brasileiro

e um de seus maiores intérpretes.

Entram em pauta a relação pessoal de Bernardet com alguns filmes decisivos, assim como algumas das principais questões levantadas por ele em seus livros.

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Em quatro décadas de atuação como crítico e pesquisador, Jean-Claude Bernardet publicou dezenas de artigos e cerca de 15 livros (alguns em parceria), abordando aspectos diversos do cinema brasileiro.

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Paulo César Saraceni

cineasta

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Arnaldo Jabor

cineasta

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Eduardo Coutinho

cineasta

Por meio de trechos de filmes e entrevistas com críticos, professores, realizadores e com o próprio Jean-Claude Bernardet, o bloco procura dimensionar a importância e a intensidade da relação do protagonista com o cinema brasileiro.

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Wilson Cunha

crítico de cinema

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Carlos Augusto Calil

professor da USP

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Ismail Xavier

crítico de cinema e professor da USP

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A partir dos anos 90,

Jean-Claude Bernardet diversifica sua atuação,

incorporando um campo de interesses mais amplo do que a crítica cinematográfica.

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Escreve roteiros em parceria (“Um Céu de Estrelas” e “Através da Janela”), relatos ficcionais (“Aquele Rapaz” e “A Doença, uma Experiência”), atua como realizador de filmes de montagem (“São Paulo, Sinfonia e Cacofonia” e “Sobre Anos 60”) e estende as fronteiras da crítica, passando a abarcar outros campos culturais, como a literatura e as artes plásticas.

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Esta diversificação é o tema do terceiro bloco, que conta com depoimentos de parceiros e alunos de Jean-Claude Bernardet, que nos anos 90 também passa a se dedicar, na Universidade de São Paulo, ao ensino de roteiro.

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Tata Amaral

cineasta

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Roberto Moreira

cineasta e professor da USP

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Sabina Anzuategui

roteirista, ex-aluna da USP

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O filme aborda ainda o pensamento atual de Bernardet, sua permanente inquietação e o desejo de “viver o presente, se projetando para o futuro”.

FICHA TÉCNICA

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Direção, produção e fotografia: Kiko Mollica

Pesquisa: Cláudia Mesquita

Roteiro: Cláudia Mesquita e Kiko Mollica

Arte: Tetê Carneiro

Edição: João Landi Guimarães

Assistente de produção: Tereza Ruiz

Fotografia adicional: Roberto Prugno

Realização: Canal Brasil

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Duração: 52 minutos

Ano de produção: 2004

Formato Original: Mini-DV 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A trilha sonora de "Crítica em Movimento" inclui as composições de Livio Tragtenberg e Wilson Sukorski feitas originalmente para o documentário “São Paulo, Sinfonia e Cacofonia”, do próprio Bernardet, em 1995.

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Ainda outros doze filmes brasileiros são utilizados na montagem do filme “Crítica em Movimento”.

“Aruanda”

Linduarte Noronha

 

“Anuska, Manequim e Mulher”

Francisco Ramalho Jr.

 

“Disaster Movie”

Wilson Barros

 

“Dizem que Voltei Americanizada”

Vitor Ângelo

 

“Estorvo”

Ruy Guerra

 

“Eterna Esperança”

João Batista de Andrade e Jean-Claude Bernardet 

“Jardim Nova Bahia”

Aloysio Raulno

 

“Lavoura Arcaica”

Luiz Fernando Carvalho

 

“Migrantes”

João Batista de Andrade

 

“Nunc ET Semper – Canal 100”

José Roberto Torero

 

“O Profeta da Fome”

Maurice Capovilla

 

“P.S. Post Scriptum”

Romain Lesage

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Produzido originalmente como um episódio da série “Retratos Brasileiros” do Canal Brasil, este documentário participou da 9ª edição do “É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários”, na mostra "O Estado das Coisas" - mostra não competitiva, dedicada, segundo os organizadores, às produções que apontam tendências do documentário contemporâneo.